Eu costumo dizer que não sou missionária porque me vi sem opção, com todas as portas fechadas e fui obrigada pelas circunstâncias da vida a abraçar a causa. Pelo contrário, todas as portas estavam abertas, eu era jovem, trabalhava, estudava, tinha muitos amigos, uma família equilibrada e tinha um mundo de possibilidades se descortinando diante de mim… mas , uma voz me chamava das profundezas do mistério, inquietando meu jovem coração e o impulsionando a fazer uma escolha, continuar com meus projetos pessoais ou partir rumo ao desconhecido, levando a palavra de Deus a esquecidos habitantes de terras distantes, sem garantia de retorno, sem salário, sem promessas de sucesso ou recompensa terrena. Fiz a minha escolha. Escolhi a fé em vez da dúvida, escolhi a coragem em vez da covardia, escolhi os caminhos tortuosos em vez dos vales planos…é, olhando assim para trás, revivo aqueles momentos. Não, não foi fácil a viagem rumo ao desconhecido, mas a Voz estava lá, ora sussurrante, ora forte, ora imperceptível, mas estava lá, me dando conforto e me impulsionando em direção ao próximo passo. Passei por situações de imenso perigo, passei por tremendas privações, senti medo, fome, frio, solidão e, algumas vezes, vi a morte de tão perto que quase pude tocá-la, mas até nesses momentos terríveis, a Voz, continuava ao meu lado. Quando eu não possuía mais nada, me restava a convicção da escolha certa. Vou compartilhar um segredo: nunca pensei que sobreviveria, que teria mais de um par de sapatos, que viajaria para contar minhas experiências, que conheceria os lugares e pessoas que conheço hoje,é…confiar na VOZ DE DEUS me surpreendeu.
Esse sorriso que você vê aí em cima é o sorriso de alguém sem dons, sem talentos, sem qualidades especiais, mas que fez uma escolha certa, escolheu acreditar na fidelidade de Deus.