MISSÕES, UMA QUESTÃO DE VIDA OU MORTE!

Por tudo o que podemos depreender do texto bíblico, especialmente do Novo Testamento, é perfeitamente possível afirmar que missões é uma questão de vida ou morte, e isso é válido tanto no que se refere à igreja em geral, quanto aos líderes do rebanho do Senhor e à humanidade caída, conforme veremos a seguir.

No que diz respeito à igreja, tanto a bíblia quanto o testemunho da história nos levam à conclusão de que envolver-se com o fazer missionário é uma questão crucial. Primeiro porque uma igreja que não faz a missão negligencia sua própria natureza e põe em xeque a sua continuidade, visto que semear a boa semente do evangelho está no DNA espiritual da igreja cristã (At 1.8) e que é o trabalho evangelístico-missionário que preponderantemente garante o crescimento e a perpetuação da igreja pelo acréscimo de novos membros. Muitos são os casos, ao longo de toda a história do cristianismo, de igrejas que, por negligenciarem a pregação e o ensino da palavra (Mt 28.19,20), foram perdendo vitalidade até desaparecerem totalmente (a maioria das igrejas mencionadas no Novo Testamento já não mais existem), ou, no mínimo, se tornarem comunidades irrelevantes, sem vida espiritual pulsante e sem qualquer capacidade de bem representarem o Reino em seus respectivos contextos (caso de grande parte das igrejas cristãs da Europa, que já foram palco de grandes avivamentos). Missões é crucial para a igreja cristã também por uma questão epistemológica muito patente em várias passagens do Novo Testamento, especialmente em João 15, onde o Salvador deixa claro que o Agricultor cuida do ramo frutífero para que este possa frutificar mais ainda e que, uma vez que algum ramo não cumpra a sua função natural de produzir frutos, ele é cortado e lançado ao fogo. Assim, sendo a igreja uma agência especialmente fundada e capacitada por Cristo para propagar a mensagem da salvação (At1.8), caso uma igreja local se recuse a fazê-lo, naturalmente será desligada da fonte da vida, perdendo a seiva espiritual e fatalmente sucumbindo.

A Bíblia nos oferece vasto material que nos permite concluir que a falta de envolvimento com a obra da evangelização é fatal para todos os cristãos, especialmente para os líderes. Paulo, o maior missionário da igreja cristã, entendeu perfeitamente essa realidade e demonstrou isso de maneira muito enfática em passagens como 1Co 9.16, onde assevera de forma grave: “Ai de mim se não pregar o evangelho!”. Várias são as ocasiões em que o Senhor Jesus Cristo deixou claro que a reação mais natural de uma pessoa ao ser salva deve ser o forte e imediato interesse por repassar adiante a experiência que acabara de vivenciar (Lc 8.38,39). Foi exatamente assim que reagiram a mulher samaritana, cuja primeira atitude após receber a salvação foi ir apressadamente em busca dos moradores da sua cidade (Lc 4.28,29), e André, que imediatamente após conhecer Jesus saiu à procura de pessoas com quem pudesse compartilhar a sua experiência salvífica, encontrado primeiro seu irmão, Simão Pedro, e o levando a Jesus (Lc 1.40-42). Fugir a essa norma, como nos demonstra o exemplo oferecido por Cristo em Lucas 19.11-27 (parábola dos talentos), resulta em total ruína para quem assim se comporta.

Missões é uma questão de vida ou morte também para a humanidade distanciada de Deus. Quem mais uma vez nos leva a esta conclusão é o nosso Salvador Jesus Cristo. Falando a Nicodemos sobre a necessidade do novo nascimento para a salvação, Ele diz que “Deus amou o mundo de Tal maneira que deu o seu único filho, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Ou seja, só serão salvos os que vierem a crer nEle como Salvador e Senhor. Isto posto, como a verdadeira fé somente pode brotar no coração de quem ouve o evangelho da Graça (Rm 10), a humanidade está completamente dependente da ação evangelizadora da igreja, de onde se pode concluir que, ou a igreja faz a obra ou a parcela da humanidade que ainda não aceitou a Cristo (a maior parte dos seres humanos, ressalte-se) não terá qualquer chance de alcançar a salvação. Tenhamos sempre em mente, caros irmãos, que nossa negligência diante da tarefa de alcançar as vidas com a verdade que livra o pecador da condenação eterna (Jo 8.32) pode resultar em perdição para todos aqueles que poderiam ter ouvido o evangelho por nosso intermédio, e que, caso isso venha a ocorrer, não sairemos impunes, e grande é o preço a ser pago nessa situação. Portanto, para o bem da humanidade caída e para o nosso próprio bem (individual e coletivo), preguemos o evangelho!