O DISCÍPULO E O TRABALHO CRISTÃO
O apóstolo Paulo tinha a pregação do evangelho como uma obrigação. Nada era mais importante para ele do que cumprir o seu ministério até o fim. Tudo na sua vida girava em torno de suas preocupações com o serviço de Deus. Ele estava de tal forma ligado aos interesses do reino de Deus que as conquistas do evangelho eram as suas conquistas.
Para o fiel cumprimento de nossa missão, precisamos de sensibilidade espiritual e harmonia com os planos de Deus. Sem isso, o serviço cristão poderá se tornar um fardo pesado demais para carregarmos. O evangelho não deve ser pregado por força ou por constrangimento. A pregação é um ato de amor, não um sinônimo de dor. Os pregadores precisavam ser motivados pelo amor daquele que os mandou pregar.
Um pregador do evangelho não deve se queixar de sobrecarga de atividades; não pode forçar uma aparência de humildade e necessidade com intuito de tocar o emocional das pessoas em seu favor. Os verdadeiros discípulos encaram a obra com serenidade e confiança no Cristo vivo, sempre com alegria e prazer. As necessidades que passamos não podem se transformar em barreiras para impedir o cumprimento da nossa missão ou trazer embaraço ao exercício do nosso ministério. O Senhor Jesus promete recompensar aqueles que fazem a obra com prontidão e boa vontade (1Co 9.16- 17; 15.58). Os pecadores obstinados não têm prazer na pregação do evangelho. Se pudessem, eles calavam a nossa boca. Eles acham que têm o direito de escolher o que quiserem sem serem incomodados. Os pensadores ímpios acham que não temos o direito persuadir uma pessoa a mudar de vida. Para eles a pregação do evangelho é intolerância.
A igreja de Jesus é a instituição que mais coopera para o bem-estar da sociedade. A pregação do evangelho tem sido um instrumento poderoso para transformar vidas e libertar das drogas e do crime. Nenhum projeto social ou político traz tantas vantagens como o evangelho.
Durante todo o seu ministério terreno, o Senhor Jesus sempre se dedicou a pregaro evangelho. Em todos os lugares por onde andava, seja nas cidades ou nos povoados, ele tinha sempre uma palavra de vida e consolo para os necessitados. Sua pregação causou profundo impacto naqueles que a ouviram. Ele tinha a palavra apropriada para qualquer que fosse a condição dos seus ouvintes.
Sabemos que o seu maior propósito era a redenção da humanidade. Ao se entregar para ser crucificado, Deus estava cumprindo totalmente as Escrituras para a restauração da humanidade caída. Somente a sua morte seria capaz e suficiente para nos dar a oportunidade de salvação. Portanto, sabendo da brevidade de seu tempo na terra, Jesus aproveitou todas as oportunidades para pregar a Palavra.
Se analisarmos o seu ministério constataremos que ele tinha a pregação do evangelho como prioridade, “Também é necessário que eu anuncie a outras cidades o evangelho do Reino de Deus, porque para isso fui enviado” (Lc 4.43 – grifo do autor). A missão de Jesus não era curar os doentes, libertar os oprimidos, dar vista aos cegos ou ressuscitar mortos. Os milagres acompanhavam a pregação do evangelho.
Todas as vezes em que as multidões se reuniam, ele primeiramente lhes pregava a Palavra (Mc 2.1-2). O povo ouvia, cria e Jesus operava maravilhas. Ele aproveitava as reuniões públicas e as festas religiosas como ocasiões para anunciar o evangelho. Os milagres poderiam resolver problemas físicos e passageiros, e Ele os fazia, mas era na pregação que comunicava aos homens bênçãos que permaneciam para sempre.
Ele queria que as pessoas abandonassem os seus pecados e se convertessem, e sabia que isso só seria possível pelo evangelho. Todos podiam ser seus discípulos, mas para isso precisavam crer no evangelho. O seu convite foi feito a todos, mas nem todos estão dispostos a obedecê-lo (Mt 11.28). O convite de Jesus tem um caráter abrangente e libertador. O evangelho é um fator de inclusão espiritual e social. O Jesus que pregamos não tem prazer em excluir ninguém. O problema é que muitos desistem de segui-lo por considerarem o caminho apertado e a porta estreita.
A mensagem de Jesus enfatizava a necessidade do arrependimento (Mt 4.17). Sua pregação não era um chamado para mudar de religião, e nem um convite às lágrimas. Religião e lágrimas não mudam pessoas; não resolvem problemas. O tipo de pessoas que Jesus buscava só poderia ser gerado pela Palavra. A emoção de um momento não é suficiente para produzir o quebrantamento verdadeiro e duradouro.
Muitas pessoas vão à igreja, choram, buscam milagres e continuam do mesmo jeito. A fé que professam não muda as suas vidas. Jesus pregava para que as pessoas tomassem a decisão de servi-lo incondicionalmente.
A verdadeira conversão a Cristo não se resume à aceitação de uma regra. Ninguém serve a Deus pela rigidez das regras. Se a pessoa não aceitar de coração, não vai ser a nossa luta ou a pressão de uma instituição que lhe converterá.
Pr. Manoel Costa
Auxiliar na AD Bacabal – MA